A Transição do Judaísmo ao Cristianismo no Evangelho de João - Bruce Anstey
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sexta-feira, 14 de setembro de 2018
terça-feira, 11 de setembro de 2018
Um Sumário da Transição em cada Capítulo
UM SUMÁRIO DA TRANSIÇÃO EM CADA
CAPÍTULO
- Cap. 1 – De discípulos de João para discípulos do Senhor.
- Cap. 2 – Do velho vinho para o novo.
- Cap. 3 – Do novo nascimento para a vida eterna – das coisas terrenas para as coisas celestiais.
- Cap. 4 – Da adoração a Jeová no santuário terreno em Jerusalém para a adoração ao Pai em espírito e em verdade no santuário celestial.
- Cap. 5 – Do princípio das obras para bênção ao princípio da livre graça em Cristo.
- Cap. 6 – Do significado e aplicação literais ao significado e aplicação típicos das Escrituras do Velho Testamento.
- Cap. 7 – Do formalismo da religião exterior à satisfação interior da Pessoa de Cristo.
- Cap. 8 – De nenhuma misericórdia sob a Lei para um tempo para arrependimento no Dia da Graça.
- Cap. 9 – Das trevas para a luz.
- Cap. 10 – Do aprisco para o rebanho.
- Caps. 11-12 – Da esfera da morte para a esfera de vida.
- Cap. 13 – Do ministério terreno de Cristo para o ministério celestial de Cristo como um Advogado junto ao Pai.
- Cap. 14 – De Cristo como o Messias do sistema terreno para Cristo a Cabeça da nova ordem celestial.
- Cap. 15 – De Israel – a velha vinha – para Cristo, a Videira verdadeira.
- Cap. 16 – A presença do Espírito no mundo prova que a velha dispensação foi colocada à parte.
- Cap. 17 – O sumo sacerdócio de Cristo substituindo o sumo sacerdócio de Aarão.
- Caps. 18-19 – Dos sacrifícios de animais na economia judaica para o único verdadeiro sacrifício do Cordeiro de Deus.
- Cap. 20 – De Cristo, o Messias de Israel para Cristo, a Cabeça da raça da nova criação e do templo para o cenáculo – a sala superior.
- Cap. 21 – Dos servos levíticos sob ordens mosaicas para servos Cristãos sob a direção de Cristo, “Senhor da seara” (Mt 9:38; João 4:35-38).
Capítulo 21
Capítulo 21
– Este capítulo ilustra o chamado e o comissionamento do Senhor no serviço
Cristão. Há uma diferença marcante nisso em relação à velha ordem do sistema
legal do judaísmo. Na velha dispensação os servos eram os levitas. Eram
nascidos nessa família e apontados para seu serviço, tivessem ou não um
exercício sobre isso. Mas no Cristianismo, os servos de Deus não mais viriam de
certa linhagem familiar, mas pelo chamado do Senhor. O Senhor chama e envia a
quem Ele quer; Ele os capacita para aquele trabalho por meio de suas
experiências na escola de Deus. Isso é ilustrado pelo Senhor comissionando
Pedro (que tinha falhado anteriormente) para o trabalho de pastorear as ovelhas
do Senhor (vs. 15-19). João, também, tinha um trabalho a fazer (vs. 20-25).
Capítulo 20
Capítulo 20
– Este capítulo nos dá o registro da marcante característica do Cristianismo –
a ressurreição de Cristo. Ela permanece como a vitória final de Deus sobre o
pecado e a morte e marca o início de toda uma nova ordem de coisas nos caminhos
de Deus. João afirma que ele “viu”
três grandes coisas. Essas coisas colocam o fundamento de toda a nossa bênção
Cristã e privilégios:
- A visão de um Salvador morto (cap. 19:35).
- A visão de um túmulo aberto (cap. 20:8).
- A visão do Senhor vivo no meio de Seu povo (cap. 20:20).
Na primeira visão, João testemunha o sangue
da expiação sendo derramado – o terreno para os homens serem abençoados por
Deus por meio da fé (1 Jo 1:7).
Na segunda visão, João testemunha o selo de
aprovação de Deus na obra completa de Cristo na ressurreição do Senhor. Ele
afirma que “o lenço que tinha estado
sobre a Sua cabeça não estava com os lençóis, mas enrolado, num lugar à parte”
(v. 7). Isso é significativo e nos dá uma alusão do que estava para vir na dispensação
do Mistério (Cristianismo). O novo vaso de testemunho que Deus iria formar (a
Igreja), sob a figura do corpo de Cristo, seria marcado pela separação física
entre a Cabeça e os membros de Seu corpo, ainda que estivessem intimamente
conectados pelo Espírito de Deus. Atos e as epístolas atestam o fato de que
Cristo – a Cabeça – estaria no céu
enquanto que os membros de Seu corpo estariam na Terra, durante esse presente Dia da Graça (At 9:4; 1 Co
12:12-13).
Na terceira visão, João viu o Senhor no
meio dos Seus em um novo lugar de reunião para crentes – “cenáculo [sala superior]”.
O templo em Jerusalém era o lugar apontado por Deus onde todos na economia judaica
deveriam se reunir e adorar a Jeová (Dt 12:11, 16:16-17). Entretanto, pouco
antes da morte do Senhor Ele “saiu”
do templo, indicando que Ele estava rompendo Sua ligação com toda aquela ordem
de coisas no judaísmo e com aquele lugar de adoração (Mt 23:38-24:1). Daí em
diante, Ele não seria encontrado lá. Quando o Senhor ressuscitou dentre os
mortos, Ele fez Sua presença conhecida num lugar de reunião completamente novo
– “a sala superior”. Esse novo lugar
de reunião simboliza o novo terreno de reunião no Cristianismo (Lc 22:12; At
1:13, 9:39, 20:8). Algumas coisas que caracterizaram “a sala superior” foram:
- Os discípulos se encontravam lá no “primeiro dia da semana” (v. 19a). É significativo que a ressurreição do Senhor e a Sua aparição no meio dos Seus (em consecutivos dois primeiros dias da semana) indica que essa nova direção de Deus no Cristianismo não estava conectada com o dia comemorativo da velha dispensação – o Sábado (Êx 20:8, 31:12-17). Isso sugere que o Sábado não seria observado na nova ordem do Cristianismo (Cl 2:16-17).
- Eles se encontraram em um novo lugar de reunião em separação dos judeus e da ordem judaica de coisas que eram opostas aos princípios e práticas Cristãos – as portas estavam “cerradas” para eles (v. 19b; Hb 13:10). Assim, estavam “fora do arraial” do judaísmo em posição, princípio e prática (Hb 13:13).
- O Senhor fez conhecida Sua presença “no meio” deles (v. 19c; Mt 18:20).
- “Paz” e alegria (encorajamento) eram desfrutadas por aqueles que estavam lá (vs. 19-21).
- A presença do “Espírito Santo” foi conhecida de uma maneira diferente (v. 22; Fp 3:3).
- O Senhor investiu os discípulos com poder para administrativamente “perdoar” e “reter” pecados (v. 23; Mt 18:18-19; 1 Co 5:4).
Essas coisas
caracterizam o Cristianismo. Assim, este capítulo nos dá outra transição – do
templo para a sala superior.
Maria foi a
primeira a ver o Senhor em ressurreição (vs. 11-18). Entretanto, ela não podia
“tocar” n’Ele naquele estado, pois Ele ainda não tinha subido para Seu Pai (v.
17 – “Disse-lhe Jesus: Não Me toques;
porque ainda não subi ao Pai” – ATB). Isso significa que enquanto os
discípulos tinham “conhecido Cristo
segundo a carne” como o Messias de Israel, eles, “contudo” não iriam conhecê-Lo desse modo (2 Co 5:16). Eles O
conheceriam de um modo inteiramente novo – como Cabeça da raça da “nova criação” (Rm 8:29; Gl 6:15; 2 Co
5:17; Ap 3:14) – em um novo lugar de reunião. As novas conexões Cristãs deles
com Deus o Pai em Cristo ressurreto são indicadas pela Sua declaração a Maria “Eu subo para Meu Pai e vosso Pai, Meu Deus
e vosso Deus” (v. 17). Aqueles da velha dispensação não conheciam Deus como
Pai desse modo.
Capítulos 18-19
Capítulos 18-19
– Estes dois capítulos apresentam a derradeira transição do judaísmo ao
Cristianismo. O sacrifício perfeito de Cristo como o Cordeiro de Deus é visto
como o cumprimento de todos os sacrifícios do Velho Testamento no sistema judaico.
Com esse cumprimento, não haveria mais a necessidade daqueles sacrifícios judaicos
continuarem. Assim, todo aquele sistema sacrificial seria consequentemente
colocado de lado (Hb 10:1-18). Não há mais necessidade de uma “oferta pelo pecado” segundo a velha
ordem sob a Lei (Hb 10:18).
Capítulo 17
Capítulo 17
– A última coisa que o Senhor fez em conexão com os discípulos antes de voltar
ao Pai foi orar por eles. Essa oração ilustra o presente serviço sumo
sacerdotal de Cristo que Ele desenvolveria por eles à mão direita de Deus na
nova dispensação. Assim, haveria um novo Sumo Sacerdote ministrando no
santuário celestial – o Filho de Deus. Essa é outra característica do
Cristianismo que não era conhecida no judaísmo.
Duas coisas
estão especialmente diante de Seu coração – a glória de Seu Pai e o cuidado para
com Seus discípulos. A oração ilustra a atual intercessão que o Senhor Jesus
está realizando no alto em glória. Na oração, Ele não menciona uma palavra
sobre os fracassos e falhas do Seus, embora tivessem muitos. Nem pede riquezas
para eles, nem honras, nem influência ou progresso no mundo; Ele só tem diante
de Si o bem espiritual e as bênçãos deles.
O Senhor faz sete pedidos específicos:
- Que o Pai fosse glorificado no Filho (vs. 1-8).
- Que os discípulos fossem guardados em unidade de pensamento, alvo e propósito (vs. 9-11).
- Que Seu gozo fosse completo neles (v. 13 – ATB).
- Que eles fossem guardados do mal (vs. 14-16).
- Que eles fossem santificados pela fé e assim fossem úteis no serviço (vs. 17-19).
- Que todos que cressem fossem um em testemunho para que o mundo soubesse que Ele é o Enviado do Pai (vs. 20-23).
- Que eles pudessem estar com Ele para que pudessem contemplar Sua glória (v. 24).
Capítulo 16
Capítulo 16
– Outra coisa que marcaria a nova dispensação era a presença do Espírito Santo
na Terra. A presença do Espírito na Terra provava que a velha dispensação tinha
sido colocada de lado e a nova tinha começado. Nos tempos do Velho Testamento,
o Espírito de Deus trabalhou na Terra de Seu lugar de residência no céu. Ele
não habitou na Terra até que a redenção fosse consumada e o Cristianismo
tivesse começado (Atos 2:1-4; Ef 2:22). A presença do Espírito na Terra demonstra
esse fato diante do mundo de três maneiras:
- “do pecado” – O Espírito de Deus estando aqui na Terra prova a culpa do pecado do mundo de rejeitar Cristo. Para que o Espírito estivesse aqui, Cristo tinha que sair (por meio da cruz) e ir ao Pai para enviar o Espírito.
- “da justiça” – O fato de o Espírito estar aqui neste mundo prova que Deus em justiça recebeu o Senhor Jesus nas alturas; Ele tinha que tomar aquele lugar antes que pudesse enviar o Espírito para cá (At 2:32-33).
- “do juízo” O fato de o Espírito de Deus estar aqui neste mundo é uma prova de que o mundo e seu príncipe (Satanás) foram julgados e estão aguardando a execução de seu juízo.
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