terça-feira, 11 de setembro de 2018

Capítulo 20


Capítulo 20 – Este capítulo nos dá o registro da marcante característica do Cristianismo – a ressurreição de Cristo. Ela permanece como a vitória final de Deus sobre o pecado e a morte e marca o início de toda uma nova ordem de coisas nos caminhos de Deus. João afirma que ele “viu” três grandes coisas. Essas coisas colocam o fundamento de toda a nossa bênção Cristã e privilégios:
  • A visão de um Salvador morto (cap. 19:35).
  • A visão de um túmulo aberto (cap. 20:8).
  • A visão do Senhor vivo no meio de Seu povo (cap. 20:20).

Na primeira visão, João testemunha o sangue da expiação sendo derramado – o terreno para os homens serem abençoados por Deus por meio da fé (1 Jo 1:7).
Na segunda visão, João testemunha o selo de aprovação de Deus na obra completa de Cristo na ressurreição do Senhor. Ele afirma que “o lenço que tinha estado sobre a Sua cabeça não estava com os lençóis, mas enrolado, num lugar à parte” (v. 7). Isso é significativo e nos dá uma alusão do que estava para vir na dispensação do Mistério (Cristianismo). O novo vaso de testemunho que Deus iria formar (a Igreja), sob a figura do corpo de Cristo, seria marcado pela separação física entre a Cabeça e os membros de Seu corpo, ainda que estivessem intimamente conectados pelo Espírito de Deus. Atos e as epístolas atestam o fato de que Cristo – a Cabeça – estaria no céu enquanto que os membros de Seu corpo estariam na Terra, durante esse presente Dia da Graça (At 9:4; 1 Co 12:12-13).
Na terceira visão, João viu o Senhor no meio dos Seus em um novo lugar de reunião para crentes – “cenáculo [sala superior]. O templo em Jerusalém era o lugar apontado por Deus onde todos na economia judaica deveriam se reunir e adorar a Jeová (Dt 12:11, 16:16-17). Entretanto, pouco antes da morte do Senhor Ele “saiu” do templo, indicando que Ele estava rompendo Sua ligação com toda aquela ordem de coisas no judaísmo e com aquele lugar de adoração (Mt 23:38-24:1). Daí em diante, Ele não seria encontrado lá. Quando o Senhor ressuscitou dentre os mortos, Ele fez Sua presença conhecida num lugar de reunião completamente novo – “a sala superior”. Esse novo lugar de reunião simboliza o novo terreno de reunião no Cristianismo (Lc 22:12; At 1:13, 9:39, 20:8). Algumas coisas que caracterizaram “a sala superior” foram: 
  • Os discípulos se encontravam lá no “primeiro dia da semana” (v. 19a). É significativo que a ressurreição do Senhor e a Sua aparição no meio dos Seus (em consecutivos dois primeiros dias da semana) indica que essa nova direção de Deus no Cristianismo não estava conectada com o dia comemorativo da velha dispensação – o Sábado (Êx 20:8, 31:12-17). Isso sugere que o Sábado não seria observado na nova ordem do Cristianismo (Cl 2:16-17).
  • Eles se encontraram em um novo lugar de reunião em separação dos judeus e da ordem judaica de coisas que eram opostas aos princípios e práticas Cristãos – as portas estavam “cerradas” para eles (v. 19b; Hb 13:10). Assim, estavam “fora do arraial” do judaísmo em posição, princípio e prática (Hb 13:13).
  • O Senhor fez conhecida Sua presença “no meio” deles (v. 19c; Mt 18:20).
  • “Paz” e alegria (encorajamento) eram desfrutadas por aqueles que estavam lá (vs. 19-21).
  • A presença do “Espírito Santo” foi conhecida de uma maneira diferente (v. 22; Fp 3:3).
  • O Senhor investiu os discípulos com poder para administrativamente “perdoar” e “reter” pecados (v. 23; Mt 18:18-19; 1 Co 5:4).


Essas coisas caracterizam o Cristianismo. Assim, este capítulo nos dá outra transição – do templo para a sala superior.
Maria foi a primeira a ver o Senhor em ressurreição (vs. 11-18). Entretanto, ela não podia “tocar” n’Ele naquele estado, pois Ele ainda não tinha subido para Seu Pai (v. 17 – “Disse-lhe Jesus: Não Me toques; porque ainda não subi ao Pai” – ATB). Isso significa que enquanto os discípulos tinham “conhecido Cristo segundo a carne” como o Messias de Israel, eles, “contudo” não iriam conhecê-Lo desse modo (2 Co 5:16). Eles O conheceriam de um modo inteiramente novo – como Cabeça da raça da “nova criação” (Rm 8:29; Gl 6:15; 2 Co 5:17; Ap 3:14) – em um novo lugar de reunião. As novas conexões Cristãs deles com Deus o Pai em Cristo ressurreto são indicadas pela Sua declaração a Maria “Eu subo para Meu Pai e vosso Pai, Meu Deus e vosso Deus” (v. 17). Aqueles da velha dispensação não conheciam Deus como Pai desse modo.

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