terça-feira, 11 de setembro de 2018

Capítulo 9


Capítulo 9 – Este capítulo ilustra uma progressão de luz que ocorre em todo crente que vem da relativa escuridão do judaísmo à luz superior do Cristianismo (o clarear do dia – 2 Pe 1:19). João notou essa transição em sua epístola e disse, “vão passando as trevas, e já a verdadeira luz alumia” (1 Jo 2:8).
O Senhor anunciou que Ele era “a Luz do mundo” (v. 5), mas a escuridão espiritual que prevalecia sobre o povo era tal que não podiam vê-la. Luz natural dispersa escuridão natural, mas luz espiritual não dispersa escuridão espiritual (Jo 1:5). Isso, no entanto, expõe a incapacidade moral do homem. A condição do homem “cego de nascença” neste capítulo ilustra isso. O que o Senhor fez para ele retrata a obra de Deus nas almas permitindo-lhes ver a Cristo como Quem Ele é. Ao ver Cristo como o Filho de Deus, o homem não precisa mais do sistema judaico de aproximação a Deus em adoração. Isso é demonstrado por esse homem adorar o Senhor fora do templo (v. 38). Assim, a Escritura ensina que esse “novo e vivo caminho” no Cristianismo é “fora do arraial” do judaísmo (Hb 10:19-22, 13:13-15).
Tudo isso surgiu do Senhor cuspindo no chão e fazendo “lodo”, o que significava a grande verdade de Sua encarnação (v. 6). Cuspe saindo d’Ele próprio como Deus e misturado com “o pó da terra” (que fala de humanidade – Gn 2:7, 3:19) aponta para o Filho de Deus Se fazendo Homem – Sua encarnação. A aplicação da “saliva” nos olhos do homem cego fala do poder vivificador de Deus comunicando vida à pessoa pela qual a faculdade espiritual de entender as coisas divinas é concedida (Pv 20:16; At 26:18; Ef 4:17-18). Banhar-se no “tanque de Siloé (que significa o Enviado)” fala do crente entendendo que o Senhor Jesus é o Enviado do Pai (v. 7). Essa é uma revelação distintamente Cristã.
Depois de ter aberto seus olhos, houve uma progressão de luz e entendimento no homem que era cego de nascença – ele passou do mendigar (v. 8) ao adorar. (v. 38). Sua experiência retrata a transição pela qual o fiel no velho sistema legal passa ao chegar ao conhecimento e liberdade Cristãos. No início, tudo o que sabia do Senhor era que Ele era “O homem chamado Jesus”. Não conhecia Quem Ele era ou de onde Ele veio (v. 11). Então, depois de ser questionado, disse “é um Profeta” (v. 17). Depois disso, o homem viu o Senhor ser digno de ter “discípulos” (vs. 27-28). Depois, disse aos judeus que o Senhor Jesus era um homem “de Deus” (v. 33). Finalmente, viu o Senhor como “o Filho de Deus”, Quem Ele realmente era (vs. 35-38). Assim, vemos na experiência desse homem uma maravilhosa transição da escuridão para a luz. No processo, o homem sofreu perseguição dos judeus. Isso mostra que aqueles que andam na luz da nova dispensação serão perseguidos por aqueles da velha dispensação (At 13:50, 14:19, 17:5, 13; 1 Ts 2:14-16).

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